dezoito anos - conjuradores - Barbara Palvin - Angel
Atributos Físicos & Complementos
Todos dizem que Lyanna se parece muito com a mãe; os mesmos olhos azuis intensos, os cabelos castanhos espessos e a boca bem desenhada. Mas ainda assim ela parece ter uma aparência de menina, por mais que esteja prestes a se tornar uma mulher, afinal, já está com 18 anos. De estatura mediana e esguia, não apresenta um corpo muito forte, razão pela qual ela nunca poderia ser uma maga guerreira. Muitos dizem que é bela, por mais que ela não se importe muito com os elogios. É bem feminina; gosta de acessórios, maquiagem e sapatos, como toda garota, sem ser fútil.
Ela pode até ter uma aparência frágil, mas engana-se quem pensa que é de fato assim. Lyanna é sagaz, esperta e interessada --
interessada, não interesseira. Sempre corre atrás de seus objetivos, sabendo que por vezes pessoas sairão machucadas. Possui ótima capacidade de raciocínio lógico; é inteligente, sensível e analítica. Nada escapa de seu olhar observador, pois confere tudo até os mínimos detalhes. É leal aos amigos, até mesmo amável.
Não gosta de ser contrariada. Teimosia é uma de suas principais características, pois, prefere que as coisas saiam ao seu modo. Tem um senso de humor estranho; ora ri por coisas bobas, ora não acha graça de nada. Tempera a vida com ironia e não tem papas na língua. Quando se sente ameaçada ela se torna agressiva e fria. Com a mesma intensidade com que ama os amigos, pode odiar aqueles que a ferem.
Sempre soube o peso que tinha a palavra bastarda, afinal, ela teve de carregá-lo ao longo de todos os seus dezoito anos. Na pequena vila que moravam em Irmadim todos conheciam sua história, e todos a rechaçavam, assim como à sua mãe. Não sabia muito bem a história, Laurel nunca lhe contara os detalhes e ela não insistia; sabia que a mãe sentia-se triste sempre que tocava no assunto. Tudo o que ela sabia sobre seu pai era que ele alguém especial, diferente de qualquer outro homem que Laurel havia conhecido até então; dizia-se até mesmo que ele podia controlar a terra, e Lyanna rira disso, até o dia em que seus poderes começaram a aparecer.
Era uma noite fria e não havia nenhum fogo para aquecê-las. Eram extremamente pobres, assim como grande parte da vila, e o pouco que os outros tinham não ofereceriam a elas. A prostituta e a bastarda, era o que diziam sempre que passavam nas ruelas, e Lyanna chorou por muitas noites até perceber que as palvras deles nada significavam para ela. Podia até ser uma bastarda, mas isso era problema dela. E su mãe não era nenhuma prostituta; ela tinha amado o pai de sua filha, por mais que ele tivesse ido embora pra nunca mais voltar assim que descobriu que a mulher estava esperando um bebê.
Então, foi nessa noite fria, ao ver a mãe tremendo abraçada a ela, com nada mais que um cobertor fino e velho a lhes cobrir, que palavras surgiram na mente de Lyanna. A princípio pensou que estivesse delirando por causa do frio. Devia estar doente, ou alguma coisa assim. Mas as palavras foram ficando mais claras, como se brilhassem atrás de suas pálpebras; eram poderosas. A garota começou a recitá-las baixinho, quase impossível até mesmo para sua mãe ouvir. E então aconteceu. Inesperadamente, o lugar se aqueceu, tornando-se quase quente demais e logo nem mesmo o cobertor era necessário.
Sua mãe arregalou os olhos, de imediato percebendo o que aquilo significava. Falou a Lyanna, e a garota foi tomada pelo medo. Se todos na vila já a condenavam por ser bastarda, o que fariam se descobrissem que era uma bruxa? Laurel disse que elas deveriam ir para as cidades, onde Lyanna tentaria a sorte em uma das Academias para magos. Ela não queria sair dali, apesar de tudo. Não sabia o que esperar das cidades, grandes e barulhentas, com pessoas de todos os tipos. Também não sabia o que esperar das Academias, destinadas a abrigar apenas aprendizes de magos que tivessem dinheiro suficiente para manter seus filhos lá.
Mas fugiram as duas, alguns dias depois, seguindo a longa estrada que daria nos centros urbanos, pedindo carona às carroças que por ali passavam. Chegaram na cidade em segurança, onde Laurel arranjou um emprego na casa de uma rica família, e foi nesta casa que foram morar, ou melhor, na pequena casa dos fundos.
O filho do casal também tinha desenvolvido poderes, e foi justamente por saber que seus patrões não seriam preconceituosos que Laurel contou sobre as habilidades de Lyanna. Ela recitou o mesmo feitiço para demonstrar ao casal quando eles pediram, apesar de o clima em Irmadim -- a cidade para a qual se deslocaram -- estar um pouco quente. Maravilhados por ter mais uma maga dentro de sua casa, o casal decidiu pagar para que Lyanna frequentasse a Academia. As contas seriam acertadas quando ela fosse uma poderosa maga.
Aos poucos vai desenvolvendo seus poderes e fica fascinada cada vez que as palavras surgem em sua mente. Não sabe ao certo se é ela que as inventa, ou se vêm de algum lugar, só sabe que se sente familiarizada e adora recitá-las e ver o que acontece. São coisas simples, mas fazem com que ela se sinta especial, e não apenas uma bastarda.